Abstract (Portuguese): |
O trauma externo é considerado a maior causa de fraturas da região proximal do fêmur. Fraturas em cavalos não atletas são pouco relatadas na literatura. Este é o relato de um cavalo Quarto de Milha, função lazer, 9 anos, 410 kg. O animal recebeu atendimento de urgência após trauma por atropelamento. Na inspeção, apresentava feridas lacerantes de grande extensão, edema em todo membro pélvico esquerdo, claudicação grau V e sinais de dor intensa, que são sinais clínicos compatíveis com a literatura. O animal foi sedado com detomidina IV (0,2 ml/100 kg) e sulfato de morfina IV (0,1 mg/kg) para limpeza das feridas. O tratamento conservativo foi escolhido, utilizando anti-inflamatórios e antibióticos para controle de dor, redução do edema e redução da contaminação. Do dia 1 ao dia 7 foram administrados dexametasona IM SID (2,5 mg/animal), sulfato de gentamicina IM SID (2 ml/100 kg) e dihidroestreptomicina, benzilpenicilina benzatina e benzilpenicilina procaína IM a cada 48 horas (1 ml/10 kg). Do dia 1 ao dia 3 foram administrados dimetilsulfóxido IV SID (1 g/kg). No dia 11 foram realizados exames de ultrassonografia e radiografia em estação. O diagnóstico foi realizado com a associação dos exames de imagem, que apontou fratura do terceiro trocanter do fêmur, tendinopatia em tendão flexor digital superficial no membro pélvico esquerdo com contaminação da bursa do calcâneo. Do dia 11 ao dia 21 foram administrados firocoxibe VO SID (1 g/animal) e sulfato de gentamicina IM SID (2 ml/100 kg). A excisão cirúrgica do terceiro trocanter é relatada, porém o resultado é incerto. Manteve-se o tratamento conservativo em associação a sessões de ozonioterapia e laserterapia de baixa potência a fim de estimular a oxigenação tecidual, promover cicatrização, inibir edema e inflamação no membro acometido. Do dia 5 ao dia 53, realizou-se a limpeza das feridas com solução fisiológica ozonizada (50 mcg/10 minutos). Do dia 5 ao dia 82, tratamento curativo com óleo de girassol ozonizado. Do dia 40 ao dia 82 foram realizadas sessões de laserterapia (6J/cm2) no membro pélvico esquerdo e nas feridas (4J/cm2), três vezes na semana nos primeiros 15 dias e, após, duas vezes na semana. Foram realizadas sessões de reabilitação dinâmica, com progressão de tempo, iniciando com caminhadas leves de 10 minutos e progredindo até 30 minutos. A reabilitação dinâmica foi realizada seguindo a literatura, adaptada conforme o grau de claudicação e conforto do animal a fim de estimular o remodelamento ósseo e a cicatrização mais rápida da fratura e do tendão. O prognóstico para o retorno às atividades é favorável quando realizado o tratamento conservativo, com associação de técnicas fisioterápicas e exercício controlado. Após três meses de tratamento, o animal continua em acompanhamento, com evolução positiva do quadro clínico, claudicação grau I, discreta atrofia da região glútea do membro afetado e total cicatrização das feridas. [ABSTRACT FROM AUTHOR] |