Abstract (Portuguese): |
Diferentes alterações descritas na literatura promovem claudicação em equinos, porém artropatias da articulação coxofemoral raramente são diagnosticadas ante mortem devido à dificuldade da realização da radiografia dessa articulação. Esse resumo relata o caso de uma égua Crioula, de função reprodutiva, 15 anos, 365 kg, que apresentava claudicação grau 3 (escala 1 a 5) com redução do passo cranial, atrofia significativa dos músculos glúteo médio, profundo e superficial do membro pélvico esquerdo. Na inspeção, o animal apresentava dor na manipulação da articulação e sons de crepitação. Administrou-se dexametasona IV SID (0,2 mg/kg) e flunixina meglumine IV SID (1,1 mg/kg) do dia 1 ao dia 3 de tratamento. No dia 4, realizou-se exame radiográfico da égua em estação e diagnosticou-se artrose da articulação coxofemoral. As imagens obtidas apresentavam osteófito na borda caudal do acetábulo, baixa definição nas margens ósseas da cabeça do fêmur e do acetábulo, com áreas radiolucentes (lise óssea), indicando doença articular degenerativa, e aumento de radiopacidade das estruturas periarticulares, compatível com fibrose. No dia 17, realizou-se ultrassonografia que apresentou alterações compatíveis com o exame radiográfico, além de grande efusão. Em seguida, realizouse infiltração guiada, com administração de anestésico local cloridrato de lidocaína (100 mg) e infiltração com acetonida de triancinolona (24 mg) e gentamicina (100 mg). No dia 23 o animal ainda apresentava grau de claudicação 3. O paciente apresentava sinais clínicos compatíveis com a literatura. O diagnóstico definitivo foi realizado através de radiografia em estação. O animal não apresentou melhoras com o tratamento, corroborando o prognóstico reservado apresentado na literatura. Os diagnósticos das lesões da articulação coxofemoral são um grande desafio na clínica de equinos, o que não permite conhecer a real incidência dos casos. A radiografia é relatada como uma técnica confiável para o diagnóstico das artropatias pélvicas em equinos, obtidas com o cavalo em decúbito dorsal sob anestesia geral ou com o cavalo em estação. Contudo o procedimento com anestesia geral é caro, demorado e pode levar a danos adicionais às estruturas adjacentes à articulação lesionada. A radiografia em estação é uma alternativa, principalmente em pequenos burros e pôneis. No caso descrito, a qualidade da imagem foi influenciada por uma atrofia significativa da musculatura adjacente que reduziu a sobreposição. O tratamento foi paliativo, feito com medicações anti-inflamatórias não esteroidais e medicações intra-articulares como corticosteroides. Ao final, recomendou-se a liberação da égua em piquete plano, utilização de transferências de embrião para não sobrecarregar a articulação e duas infiltrações ao ano, com um prognóstico reservado. [ABSTRACT FROM AUTHOR] |